Na manhã desta quinta-feira (29), a comunidade afrodescendente de Alagoinhas recebeu um importante equipamento que irá contribuir para o fortalecimento das políticas municipais de combate ao racismo e todas as formas de discriminação, principal fonte das desigualdades. Trata-se da inauguração da Sala da Coordenação de Políticas da Promoção da Igualdade Racial, que passou a integrar a Diretoria de Cultura da Secretaria de Cultura , Esporte e Turismo (SECET).
Com público restrito, por conta das medidas de prevenção da pandemia, o ato da entrega contou com a participação do prefeito Joaquim Neto, da secretária da SECET, Iraci Gama, da nova coordenadora da pasta, Helena Guardiana, a coordenadora de Políticas para as Mulheres, Jamile Oliveira, representando a Secretaria de Assistência Social (SEMAS), Diretor de Cultura , Edson Carneiro, a coordenadora da Juventude Preta Baiana, Ana Gonçalves, Orlando Filho, presidente da Associação da Comunidade Quilombola do Cangula, Dona Lourdes, presidente da Associação da Comunidade Quilombola do Oiteiros , o presidente do Conselho Municipal de Cultura, José Carlos Silva, o artista plástico, Carlos Dórea, que realiza a exposição “Respeito Ancestral” , no foyer da Biblioteca Maria Feijó, babalorixás e ialorixás.
Ao entregar a nova sala, o prefeito Joaquim Neto destacou o papel deste espaço na continuidade do trabalho desenvolvido em Alagoinhas na promoção de ações voltadas a esta comunidade . “Mudar esse quadro de desigualdade é uma missão de toda a sociedade, e hoje reafirmamos esse compromisso, porque esse é mais um espaço que servirá para fortalecer o diálogo e a cooperação entre o poder público e entidades de promoção da igualdade racial. Sempre estivemos e continuamos ao lado de todas e todas que estão dispostos a lutar pela aceleração desta caminhada rumo à cidadania plena”, disse o prefeito.
Da Redação: NCN= Nossa Conexão News com SECOM
“ A SECET já realiza um conjunto de ações voltadas para a comunidade de herança africana, como os povos de terreiro, as comunidades quilombolas, o povo do samba de roda, o povo da capoeira, que são as marcas mais fortes deste patrimônio cultural na cidade, mas a partir de agora, com a integração desta coordenação, que fazia parte da Secretaria de Assistência Social, à Diretoria de Cultura, a gestão atuará de forma mais abrangente e efetiva, com a expansão das politicas de promoção da igualdade racial, e das ações de valorização das raízes culturais da comunidade afrodescendente”, explicou a secretária da pasta, Iraci Gama.
Na oportunidade, a gestão entregou cinco certificados do Mapeamento dos Terreiros dos Templos de Matriz Africana. Uma das iniciativas do município para o combate à exclusão e à desigualdade social, tendo como base, os direitos e benefícios garantidos pela política nacional e estadual de promoção da Igualdade Racial, em 2018, por meio de um trabalho em conjunto da SECET e SEMAS, o município iniciou a organização de um banco de dados para o registro dos povos e comunidades como Unzon, Mansu, Centros de Umbanda, Centros de Caboclo, de Ilê Axé e outros templos das religiões de matriz africana existentes no município.
O objetivo é o reconhecimento destes espaços como organizações religiosas para fins jurídicos administrativos e sociais, passando a ter os mesmos benefícios sociais e tributários de outras religiões, como isenção de impostos, a exemplo do IPTU, e captação de recursos públicos. Até o momento, já são 114 terreiros identificados.
Fotos: Roberto Fonseca (SECOM)