As imagens de um cachorro, denominado Chaofen, sendo espancado até a morte, na sua própria casa, por autoridades chinesas causou a indignação no país. A cena foi capturada por uma câmera de segurança e compartilhada nas redes sociais pela dona do animal. A situação aconteceu na cidade chinesa de Shangrao, no sudeste da província de Jiangxi, na sexta-feira (12), enquanto a tutora estava em quarentena obrigatória em um hotel próximo.
A ação, que foi cometida por trabalhadores de prevenção da Covid, ganhou uma grande repercussão, levando as autoridades locais emitirem um comunicado falando sobre o caso. De acordo com eles, os profissionais de saúde tinham “chegado a um entendimento”. Essa versão, porém, é contestada pela dona do animal, identificada pela imprensa local como Fu, que garantiu que os profissionais a tranquilizaram repetidamente antes dela partir para a quarentena. Ela contou na Weibo, a plataforma chinesa semelhante ao Twitter, que eles falaram que não levariam e nem matariam o animal durante a desinfecção do prédio.
No vídeo, um dos profissionais pergunta: “O chefe disse que precisamos resolver isso aqui mesmo?”. Em seguida, o outro responde: “Sim”. Logo após, ele move a mesa onde o cachorro se esconde e o atinge na cabeça com a barra de ferro. O cão geme e foge para outra sala, saindo da câmera.
O assassinato de Chaofen é um dos exemplos das medidas extremas que o país tem adotado com o intuito de atingir a política Covid zero. Vale lembrar que as autoridades da China estão sob pressão para diminuir as infecções da doença que voltou a ter alta após a variante Delta.
Fu escreveu: “Meu cachorro fugiu para o outro quatro, e por isso o momento não foi gravado pelas câmeras de segurança, mas eu podia ouvir seus ganidos. Alguns minutos depois, eles afirmaram que lidaram com a situação e que o levariam embora, segurando um saco amarelo nas mãos”. Ela ainda acrescentou: “Até agora eu não sei se meu cachorro está morto ou vivo, e para onde ele foi levado”. A publicação, porém, foi apagada posteriormente.
Em comunicado, divulgado no sábado (13), o governo de Xinzhou confirmou a morte do cão, alegando que faria parte da necessidade de “desinfetar completamente” as casas da comunidade.