Diversos bairros de Salvador registraram, na noite desta segunda-feira (22), panelaços contra o presidente Jair Bolsonaro. O protesto aconteceu durante entrevista do chefe do Executivo no Jornal Nacional, às 20h30.
A manifestação contra Bolsonaro, que é candidato do PL para reeleição à Presidência da República, aconteceu na Pituba, Imbuí, Rio Vermelho, Jardim Apipema, Brotas e em outros pontos da capital, onde a população protestou nas sacadas, janelas e varandas com gritos e panelaços.
O protesto durou cerca de 15 minutos, parando e voltando em pontos específicos do discurso do presidente. Em alguns bairros teve gritos de “Fora, Bolsonaro”, “basta”, “acabou, Bolsonaro” e “fora, genocida”.
O presidente Jair Bolsonaro, candidato do PL à Presidência da República, disse que vai respeitar o resultado das eleições de 2022 durante entrevista ao Jornal Nacional nesta segunda-feira(22)
Entre interrupções e embates, William Bonner e Renata Vasconcellos questionaram ao candidato à reeleição sobre os ataques ao STF, segurança das urnas eletrônicas, o comportamento durante a pandemia, interferências na Polícia Federal entre outros assuntos.
“Serão respeitados os resultados das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes”, disse ao ser questionado pelo âncora do JN.
“Eu quero é transparência nas eleições. Vocês, com toda a certeza, não leram o inquérito de 2018 da Polícia Federal que está, inclusive, inconcluso. Se você pode colocar uma tranca a mais na sua casa para evitar que ela seja assaltada, você vai fazer ou não? Esse é o objetivo do que eu tenho falado sobre o Tribunal Superior Eleitoral”, afirmou.
Ataques ao STF
Bolsonaro também acusou o jornalista William Bonner de “fake news”. O apresentador disse em sua primeira pergunta que o presidente xingou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em seus mais recentes ataques ao sistema eleitoral. “Você não está falando verdade quando fala xingar ministros, isso não existe. É fake news da sua parte”, disse.
Ao longo dos primeiros minutos de sabatina, Bolsonaro pôs em dúvida a legitimidade do ciclo eleitoral das eleições de 2014 e 2018 sem apresentar provas e disse que quem irá decidir a questão da transparência na auditoria das urnas eletrônicas no Brasil será as Forças Armadas e afirmou que o resultado das urnas será respeitado, desde que o resultado seja “limpo e transparente”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirma que “nenhum caso, até hoje, foi identificado e comprovado” e que órgãos como o Ministério Público e a Polícia Federal “têm a prerrogativa de investigar o processo eleitoral brasileiro e já realizaram auditorias independentes”.