Subiu para oito o número de pessoas mortas após desabamento de um prédio no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife, nesta sexta-feira (7).
Segundo o boletim divulgado às 20h pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), morreram:
- Uma menina de 5 anos
- Um menino de 8 anos
- Um adolescente de 12 anos
- Um adolescente de 16 anos
- Um jovem de 18 anos
- Um jovem de 21 anos
- Uma mulher de 43 anos
- Um homem de 45 anos
Pela manhã, o Corpo de Bombeiros encontrou o homem de 45 anos. Durante a tarde, os corpos da mulher e do adolescente de 12 anos também foram achados sob os escombros.
O jovem de 18 anos, em parada cardiorrespiratória, chegou ao Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, e passou por tentativa de reanimação, mas não resistiu.
À noite, foram localizados os corpos do adolescente de 16, do jovem de 21 e das duas crianças.
O desabamento do prédio no Janga
O desabamento aconteceu em um dos blocos do Conjunto Beira-Mar. Equipes do Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil, Samu e Polícia Militar seguem no local realizando os procedimentos de resgate.
O Corpo de Bombeiros, que conta com 87 profissionais trabalhando no local, estima que 20 vítimas ficaram sob os escombros. Ao menos cinco continuam desaparecidas: dois homens, uma mulher e duas crianças.
Uma adolescente de 15 anos foi levada para o Hospital Miguel Arraes. Uma idosa de 65 anos, a primeira pessoa a ser retirada dos escombros, foi levada para o mesmo local, politraumatizada, e transferida para uma unidade de saúde no Recife.
Outra adolescente de 15 anos foi encaminhada ao Hospital da Restauração. Ela passou por exames e o estado de saúde é considerado estável.
Dois adolescentes, de 16 e 17 anos, e dois homens, de 21 e 22, foram encontrados com vida fora da edificação.
O prédio tem três andares, além do térreo, cada um com quatro apartamentos. Vizinhos relataram que cerca de 16 pessoas estariam vivendo no imóvel condenado há mais de uma década.
Mateus Silva disse que tinha saído do prédio minutos antes do desabamento. Por pouco, não entrou para a lista de vítimas. “Dez minutos depois que eu sai, o prédio caiu. Foi poeira, gente gritando, gente pedindo socorro. Fui o primeiro a filmar o que aconteceu”, contou.
“Conheço metade das pessoas que estão aqui (nos escombros). Tenho primos, amigos. Toda vez que a gente vinha aqui, a gente dizia para eles saíram do prédio, mas as pessoas não têm para onde ir. É muito difícil”, completou.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o cenário de destruição e os gritos de desespero de testemunhas.
“Temos duas frentes de trabalho. Cães indicaram onde estão possíveis vítimas. Agora, estamos, com ajuda de voluntários e da Defesa Civil, tentando fazer os resgates. Os prédios aqui, como um todo, estão condenados. Não era para as pessoas estarem morando aqui, habitando esse prédio”, disse o coronel Robson Roberto, do Corpo de Bombeiros.
A dificuldade nas buscas é ainda maior por causa da forte chuva, que pode, inclusive, ter contribuído para o desabamento do prédio.
A dona de casa Dilma Soares, que tem amigos que moram no prédio que desabou, correu para o local assim que soube da tragédia.
“Não sei como estão minhas amigas. Inclusive uma delas é mãe de duas crianças, que vivem aqui”, contou. “Eles sabiam que estava interditado, mas não têm para onde ir. A gente não pode julgar.”
VISTORIA FOI REALIZADA NO DIA ANTERIOR, SEGUNDO MORADORES
O prédio estava interditado por ordem judicial desde 2010, de acordo com a prefeitura de Paulista. No entanto, foi reocupado em 2012.
Moradores do Conjunto Beira-Mar relataram que técnicos da Caixa Seguradora estiveram nessa quinta-feira (6) no local e realizaram uma vistoria, constatando que não havia condições de pessoas morarem no local por causa do risco de desabamento.
Mesmo assim, o prédio não foi interditado e continuou sendo ocupado.
A Prefeitura do Paulista ainda não se pronunciou oficialmente sobre a tragédia.
PRÉDIO DESABOU EM OLINDA NO MÊS DE ABRIL
O prédio do Conjunto Beira-Mar, no Janga, é o segundo que desabou na Região Metropolitana do Recife em 2023. O primeiro, em 27 de abril, foi o Edifício Leme, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda.
O desabamento parcial do prédio, que estava condenado havia mais de 22 anos, deixou 11 vítimas – das quais seis morreram.
Após a tragédia, uma operação foi realizada para demolir o que sobrou do prédio.
Prédio desaba e várias pessoas ficam soterradas no bairro do Janga, no Paulista. Crédito: Bruno Campos/JC Imagens
Da Redação:NCN=NOSSA CONEXAO NEWS COM CORREIO
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