Mortes por doenças do coração já chegam a 8.734 até agosto na Bahia

Com o índice de mortes causadas por doenças no coração alto nos últimos anos, inclusive entre os mais jovens, especialistas reiteram a necessidade da mudança de hábitos para um padrão de vida mais voltado às rotinas saudáveis, além do acompanhamento médico, em meio ao Setembro Vermelho e à proximidade do Dia Mundial do Coração, no próximo dia 29. Neste cenário, 8.734 baianos morreram vítimas de doenças do coração este ano até o último dia 23 de agosto, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Casos de jovens que praticam atividade física e sofreram infarto ou morreram por doenças coronárias também estão chamando a atenção dos especialistas, como a assistente de arbitragem Sueli Ferreira da Silva, 40 anos, que trabalhava em uma partida de futebol pelo Campeonato Municipal de Tapiramutá, na Chapada Diamantina, e morreu na tarde do último sábado. Ela se sentiu mal aos 11 minutos do 1º tempo do jogo e precisou ser levada para o hospital.

Os dados seguem assustando e reforçando a importância da prevenção e tratamento. De acordo com os dados do Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 296.086 pessoas morreram de doenças cardiovasculares em 2023 até ontem. Apenas em setembro, foram 27.365 mortes.

Prevenção

“Temos melhorado as formas de diagnosticar e tratar. Mas, ainda continuamos com um número crescente dos dados. O que temos para fazer melhor é prevenir”, comenta a cardiologista e diretora de prevenção cardiovascular da SBC da Bahia, Marianna Andrade.

Ela acrescenta que cerca de 80% das doenças cardíacas podem ser evitadas com uma tríade de atitudes saudáveis: atividade física, alimentação e bons hábitos de vida. Isso porque as principais causas, como pressão alta, colesterol alto, diabetes, obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool, desde que sejam controladas ou evitadas, não aumentam o risco. “Precisamos fazer isso desde a primeira infância e ao longo de toda a vida. Além do tripé, vem as questões mais específicas de cada indivíduo, que vão entrar outras medidas, até medicamentosas”.

Além disso, pontua os aumento dos casos entre pessoas mais jovens. “Isso está atribuído à exposição cada vez mais precoce destes fatores de risco. As pessoas estão ficando mais obesas. A incidência de diabetes tem aumentado. O estilo de vida atual, de uma maneira geral, com estresse, privação de sono, alimentação inadequado, está mais relacionado às doenças do coração em pessoas mais jovens”, detalha a médica.

Esse foi o caso do enfermeiro Fábio Bressy, 44 anos, que sempre manteve hábitos saudáveis de alimentação e prática de atividades físicas como academia, ciclismo, mergulho e remo, cinco dias por semana, além do acompanhamento de médico com exames e resultados considerados bons. Mesmo assim, no início de julho, sofreu um infarto, possivelmente por causa do histórico familiar.

“Estava na academia malhando peito, quando senti um desconforto torácico, mas nada específico, e sede. Parei a atividade física e fui para casa. Falei com minha esposa e fomos para o hospital. Cheguei lá e fiz uns exames, que constataram o infarto. Precisei usar um trombolítico na sala de emergência e fui para a UTI. No dia seguinte, foi feito uma angioplastia com a colocação de stents”, explica.

Ele acrescenta que, agora, está em processo de reabilitação cardiopulmonar, melhorando ainda mais a alimentação, mas cortando praticamente por completo o açúcar e a gordura. “Tenho procurado dar mais enfoque à meditação. Sempre tive um estilo de vida estressado, trabalhando de plantão e fazendo faculdade”, finaliza.

Sintomas

Além do checkup geral para as doenças do coração, com os exames do colesterol, da pressão arterial e eletrocardiograma, a partir dos 20 anos, a cardiologista pontua a necessidade de se atentar aos possíveis sintomas, inclusive levando em consideração o histórico familiar. “A dor no peito é o mais importante. Das pessoas que estão infartando, 90% têm a sensação de dor e desconforto no peito em repouso e prolongada, também associada a mal-estar, calafrio, ânsia de vômito, falta de ar e sensação de perda de consciência. Aos primeiros sinais, tem que procurar o serviço de emergência mais próximo. Quanto antes diagnosticar, maior a chance de sobreviver”, afirma Marianna.

Outro sinais que não configuram situação de emergência na maioria das vezes, mas preocupam são: a percepção da alteração do batimento cardíaco mais acelerado (palpitação); tontura ou desmaio; e falta de ar. Nestes casos, existe a necessidade de um acompanhamento ambulatorial, segundo a médica.

 

Da Redação: NCN= NOSSA CONEXÃO NEWS COM A TARDE

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