Neste domingo, 11, Alagoinhas recebeu uma celebração vibrante das religiões de matriz africana e das nações de candomblé. O evento, denominado Cortejo Afro Onã Axé, foi o projeto selecionado pelo edital da Prefeitura de Alagoinhas, produzido pela Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, para celebrar o Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, comemorado anualmente no dia 21 de março.
O edital faz parte da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) e reafirma o compromisso da gestão municipal com a preservação das manifestações das religiões afro-brasileiras, o combate à intolerância religiosa e o reconhecimento de sua importância cultural, histórica e social.
O Onã Axé começou na Lagoa da Feiticeira, local histórico de resistência do povo de santo. A abertura foi com um xirê, ritual de convocação e celebração dos orixás. Em seguida, o cortejo seguiu o trajeto em direção ao estacionamento da Prefeitura, conduzido por um trio elétrico onde se apresentaram as atrações musicais. A programação contou com a apresentação da banda Iyamí e do músico Pai Guido, além da Poesia Preta, com Atanael Barros e Arrepio Poético. As bandas Síbí Dúdú e Omo Obá, vindas de Salvador, animaram o público com ritmos afro-brasileiros.
Alef Matheus, idealizador do projeto, explicou que o nome Onã Axé significa Caminho do Axé e que o objetivo é mostrar a importância das tradições africanas para a sociedade, reafirmando a identidade dos seguidores das religiões como o candomblé e a umbanda.
“Estamos aqui para ratificar a importância da juventude ativa dos terreiros que cria projetos estruturantes para suas comunidades e para suas casas de axé. A iniciativa da Prefeitura em propor esse edital foi muito relevante, pois mostra que é um governo democrático, que abraça a todos. Que outros jovens e outros projetos como esse sejam idealizados e apoiados”, afirmou Alef.
Para a professora Edinací Barros, umbandista, “foi um evento de extrema importância para a religião de matriz africana, principalmente pela questão do racismo enraizado. Dá a oportunidade de pessoas conhecerem um pouquinho da religião”.
O vice-prefeito Luciano Sérgio, que acompanhou o cortejo, expressou seu reconhecimento à relevância do evento. “A Prefeitura cumpre seu papel essencial de fomentar a cultura e de respeitar a diversidade. É importante abrir as portas e as oportunidades para todo mundo. Sabemos que o Brasil tem uma dívida muito grande com o povo que foi sequestrado da África e escravizado aqui. Essa é uma oportunidade de levante e resistência. Visitar as religiões de matriz africana é mergulhar na nossa história, é mergulhar nas nossas raízes”, declarou.
Fotos: Roberto Fonseca/Secom/Alagoinhas