Professores da Rede Municipal de Alagoinhas levam projeto performativo a países da África

Três professores da rede municipal de Alagoinhas foram convidados para representar a educação e a produção artística do município em apresentações internacionais do projeto performativo e coreográfico “Corpo – Indumentária e Transe”. Eles se apresentarão em três importantes cidades do sul do continente africano: Pretória, na África do Sul; e Maputo e Ka Tembe, em Moçambique. O grupo viaja a convite do Instituto Guimarães Rosa e da Embaixada do Brasil em Moçambique, onde permanecerá de 1º a 11 de dezembro. Os professores participantes são Margarida Lopes, Thiago Oliveira e Atanael Barros, todos com atuação destacada nas escolas municipais e na formação cultural de estudantes. O intercâmbio cultural será custeado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, por meio do edital que selecionou o projeto.

Margarida Lopes, professora do 4º ano do Ensino Fundamental nas escolas Maria Feijó e Professor Roberto Santos, integra a rede municipal há cerca de dez anos. Atriz e poeta, ela conta que recebeu o convite com emoção. “Trabalhamos com os alunos aliando as artes a todo o conteúdo de sala de aula, valorizando suas vivências e memórias culturais. Vamos levar as experiências daqui e apresentar para pessoas de outros países, ampliando nossos horizontes e trazendo um retorno para os estudantes”, afirma.

Thiago Oliveira, professor de Educação Física e Teatro nas escolas Maria Feijó, Isaías Figueiredo e Menino Jesus, destaca o valor formativo da viagem. “Perceber nosso crescimento e saber que vamos levar nosso trabalho para fora, trazendo retorno para nossos alunos, nos faz sentir que nada foi em vão. Será muito rico vivenciar algo que já aplicamos no dia a dia nas escolas e poder trazer isso com mais propriedade para os estudantes”, diz.

Atanael Barros, professor do projeto Ifaradá, vinculado ao Núcleo de Educação Quilombola de Alagoinhas, é escritor de literatura negra e trabalha com os alunos a importância dessa produção na construção da identidade. “É importante que eles percebam que teremos essa vivência em nosso continente-mãe e que traremos para o chão da escola pública, para o quilombo, o entendimento de que é possível atravessar o Atlântico. A literatura negra não só dá asas, mas dá caminho e possibilidade”, ressalta. Durante a viagem, Atanael lançará na Feira Literária de Maputo seu livro de poesias e crônicas “Preto da Realeza – Caminhos Poéticos para a Ancestralidade”.

A secretária de Educação de Alagoinhas, Rita Bastos, celebra a conquista dos educadores. “É uma felicidade muito grande ver a educação de Alagoinhas levando suas experiências para outro país e trazendo de lá novos aprendizados. Essa troca só enriquece o nosso trabalho. Os três professores que estão indo são profissionais da educação em tempo integral, e essa vivência permitirá que eles se tornem multiplicadores para outros docentes e para nossos estudantes. Eles estão levando para fora a experiência da educação de Alagoinhas”, destaca.

O projeto Corpo – Indumentária e Transe é composto por três atos coreográficos inspirados nas entidades femininas das religiões de matriz africana Oxum, Iemanjá e Iansã, que simbolizam forças da natureza e aspectos da vida humana, como fertilidade, mares, ventos e ancestralidade.

Fotos: Roberto Fonseca/Secom/Alagoinhas

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