Acidente em fábrica de concreto deixa um morto e dois feridos em Salvador

Um trabalhador morreu e outros dois ficaram feridos em um grave acidente, no final da tarde desta terça-feira (28), dentro de uma fábrica de concreto no bairro Retiro, em Salvador. O acidente aconteceu por volta das 17h30, na nova sede da empresa Massa Fort, na Rua Pastoril, após um dos reservatórios de cimento desabar por cima de um caminhão betoneira. O veículo teve um princípio de incêndio.

Edvan Rangel Ribeiro, 33 anos, ficou soterrado. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local, mas o rapaz já estava morto. Segundo a Secretaria de Saúde de Salvador, outros dois homens de 52 e 55 anos, respectivamente, que ficaram feridos, foram socorridos por populares antes da chegada do Samu e do Corpo de Bombeiros. Estes estiveram no local, debelaram o princípio de incêndio no veículo e estão trabalhando para a retirada do corpo, preso sob a estrutura do silo que desabou.

Fatalidade

Edvan Ribeiro trabalhava há três anos na Massa Fort como motorista, com carteira assinada. Segundo o pai da vítima, Evaristo Moreira Ribeiro, seu filho nunca foi de reclamar do emprego, apesar de sempre chegar tarde em casa.

“O serviço sempre foi puxado, tinha dias dele chegar em casa 22h, 23h, as vezes viajava. Meu sobrinho chegou a trabalhar junto com ele”, comentou.

Victor Meneses/CORREIO

O local onde aconteceu o acidente foi inaugurado na última segunda-feira (27). “Sobre a mudança (do local da empresa), ele não conversou nada comigo. Se mudaram hoje para aqui e aconteceu essa fatalidade”.

Um funcionário do local, que não quis se identificar, contou que a mudança de local da empresa foi feita às pressas.

“A estrutura estava horrível, tudo solto. Eu ouvi a usina estalar mais cedo. Foi uma obra de última hora, a gente funcionava em outro lugar.”

Arrasado pela perda do colega, ele pede por justiça. “Estou indignado, um colega de farda morreu, trabalhador. A empresa não tinha engenheiro, não tinha técnico de segurança, nada. A empresa tem que pagar por tudo isso, mataram um trabalhador.”

Outro trabalhador que acompanha o resgate do corpo também falou sobre a carga de trabalho. “Largava (o trabalho) 23h e no outro dia de manhã queriam que estivesse aqui 5h. A gestão ainda fazia cara feia se a gente reclamasse. Isso aqui era escravidão, rapaz”.

Victor Meneses/CORREIO

 

Da Redação: NCN= Nossa Conexão News com CORREIO

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